DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL
A população mundial não se encontra
homogeneamente distribuída no planeta. A áreas superpovoadas opõem-se outras
onde o homem se encontra ausente. Estão nesta situação o extremo norte da
América, da Europa e da Ásia e também grande parte do Norte de África e extremo
sul da América, assim como o interior da Ásia, da Austrália, da América do
Norte e toda a Antártida.
Com estas regiões praticamente
desertas contrastam quatro grandes focos populacionais. São eles o Sul (A) e o
Sudeste asiático (B), a Europa Ocidental (C) e a faixa costeira atlântica da
América do Norte (D).
Do conjunto destaca-se assim uma
maior concentração populacional no hemisfério norte, onde se encontra também a
maior parte das terras emersas. Contudo, outros fatores estão na origem desta
distribuição populacional.
O homem é um ser com grande capacidade de
adaptação ao meio natural. Contudo, existem algumas regiões cujas
características naturais lhe são francamente hostis, impedindo, assim, a sua
fixação.
FATORES JUSTIFICATIVOS DAS FRACAS DENSIDADES
POPULACIONAIS
Incluímos neste grupo as regiões
de clima frio, as regiões desérticas, as regiões de clima quente e úmido e as
regiões de montanha.
A temperatura ambiente ideal
para o Homem oscila entre os 22ºC e os 25ºC. Com valores de temperaturas
inferiores, o Homem sente necessidade de se abrigar e proteger.
Os climas frios são dificilmente
suportados pelo Homem, não só pela longa duração do Inverno e pelo rigor das
suas temperaturas, como também pelos baixos níveis de luminosidade. Por outro
lado, as atividades econômicas são fortemente limitadas. A fraca luminosidade,
as baixas temperaturas e a constante camada de gelo sobre o solo impedem o
desenvolvimento de urna cobertura vegetal e, como tal, a prática da
agricultura.
Existem pequenos grupos
naturalmente adaptados a estas condições naturais (Esquimós) que vivem
sobretudo da pesca e da caça. Também o grande desenvolvimento tecnológico
permite criar condições artificiais de forma a fixar o Homem nestas regiões.
Contudo, os custos são de tal forma elevados que só pequenas comunidades de
cientistas se fixam temporariamente nestas regiões.
As regiões desérticas são
caracterizadas por elevadas temperaturas e pela escassez de água.
A água é um elemento fundamental nos organismos
vivos e a sua inexistência impossibilita a vida a qualquer espécie animal ou
vegetal. Assim estas regiões são caracterizadas pela ausência de população que
não encontra nestas regiões qualquer forma de subsistência, urna vez que a
agricultura é uma atividade impossível. Contudo, sempre que nessas regiões surge
água, agrupam-se pequenas comunidades que praticam uma agricultura intensiva
numa área muito restrita — são os oásis.
Estas regiões são caracterizadas
por elevados valores de temperatura, precipitação e umidade durante todo o ano.
Estas são as condições ideais para o desenvolvimento da vegetação, dando origem
ao aparecimento de florestas muito densas (das quais a mais conhecida é a
floresta amazônica, situada na América do Sul). A densidade das árvores, que
nesta região atinge muitos metros de altura, é de tal forma elevada que as suas
copas formam um teto contínuo impedindo a penetração da luz até ao solo. Deste
modo torna-se impossível ao Homem viver nestas regiões.
O calor e a umidade são também elementos favoráveis
ao desenvolvimento de microrganismos causadores de doenças, constituindo-se,
assim, um meio insalubre e desfavorável à presença humana.
Embora pouco atrativas estas
regiões não são tão repulsivas como as apontadas anteriormente e, apesar dos
solos serem pobres, a atividade agrícola é possível com uma tecnologia adequada
e culturas mais adaptadas ao clima.
As regiões de montanha são
normalmente áreas pouco povoadas. Isto porque a altitude afeta o normal
funcionamento do organismo humano em virtude da diminuição da pressão
atmosférica, da temperatura e da proporção de oxigênio no ar. Em altitudes
superiores a três mil metros o homem cansa-se facilmente, pelo que o trabalho
se torna quase impossível de praticar.
Assim, a cordilheira dos Himalaia,
na Ásia, as montanhas do Quilimanjaro, em África, os Alpes e os Pirineus, na
Europa, as montanhas Rochosas e os Apalaches, na América do Norte, e a
cordilheira dos Andes, na América do Sul, são autênticos desertos humanos.
Apesar de haver exceções, o
Homem tem manifestado sempre a sua preferência pelas regiões baixas, mais
fáceis de cultivar e irrigar e próximas da costa ou de rios navegáveis.
FACTORES JUSTIFICATIVOS DAS FORTES DENSIDADES
POPULACIONAIS
As áreas pouco povoadas ou
repulsivas contrastam com as áreas atrativas, fortemente povoadas. São vários
os fatores que contribuem para as elevadas densidades populacionais. Nomeadamente
as condições favoráveis à agricultura, a indústria, as cidades, as vias de
comunicação e as migrações.
A
AGRICULTURA
No princípio, o Homem vivia da
caça e da coleta e era, por isso, nômade. Buscava na natureza a satisfação das
suas necessidades básicas e andava de lugar em lugar, em busca de alimento.
Mais tarde descobre a
agricultura. Após a sementeira havia que esperar o crescimento das plantas e a
sua frutificação. Isso obrigou o Homem a fixar-se. Contudo, a agricultura só é
produtiva em solos férteis e em regiões de clima favorável. Assim o Homem
passou a fixar-se preferencialmente nas regiões cujas condições naturais se
revelavam mais propícias à agricultura.
Uma vez garantida a subsistência
da população verifica-se uma rápida reprodução e, conseqüentemente, um
crescimento populacional. É claro que quanto mais produtiva era a agricultura
maiores eram as densidades populacionais
Assim verifica-se que, de uma
maneira geral, as regiões de grande potencialidade agrícola correspondem a
regiões fortemente povoadas.
A INDÚSTRIA
Nas sociedades modernas é a
indústria e não a agricultura que surge como grande fonte empregadora da
população. Ao oferecer emprego a indústria atrai população que abandona a sua
terra natal para se fixar junto a áreas industriais. Por esta razão, as regiões
muito industrializadas, correspondem quase sempre a grandes concentrações
populacionais, principalmente se concentram indústrias que necessitam de muita
mão-de-obra.
AS CIDADES
O Homem é um ser social que
desde cedo começou a viver em grupo. Com o desenvolvimento econômico e
científico, os pequenos grupos humanos foram aos poucos dando origem a cidades.
Estas, pela grande variedade de atividades que integram, constituem um grande
foco de oferta de emprego. Proporcionam também o aumento da qualidade de vida,
pois as populações têm à sua disposição a possibilidade de satisfazer todas as
suas necessidades ao nível do trabalho, educação, saúde e diversão. Por isto a
cidade constitui um grande foco de atração para a população.
VIAS DE COMUNICAÇÃO E TRANSPORTE
O Homem começou a deslocar-se a
pé ou com o apoio de alguns animais. Obviamente a sua mobilidade era reduzida e
a capacidade de transporte de mercadorias quase nula. Por essa razão o barco
surgiu como um meio mais fácil e rápido de se deslocar e transportar produtos
para outras regiões, possibilitando o comércio com outros povos. Assim, os rios
navegáveis e as zonas costeiras surgiram como áreas mais atrativas. Podemos
verificar que a maioria das mais importantes cidades do mundo se localiza junto
à costa ou junto a rios navegáveis.
Mais tarde as linhas de caminho
de ferro e as estradas possibilitaram a deslocação das populações e, conseqüentemente,
o aparecimento de novos focos populacionais no interior.
Também a grande difusão do uso
do automóvel permitiu o acentuado crescimento das cidades uma vez que as
pessoas podem viver cada vez mais longe do local de trabalho.
AS MIGRAÇÕES
As migrações constituem um
elemento fundamental para explicar as grandes concentrações populacionais da atualidade.
Os motivos que estão na base da
sua existência residem quase sempre na busca de meios que garantam a
sobrevivência das pessoas ou a melhoria do seu nível de vida. Estão neste
contexto os grandes fluxos verificados do século XV ao século XVIII a partir da
Europa e que estiveram na base do povoamento e colonização dos novos
territórios da América, África e Ásia.
Atualmente verifica-se uma
tendência generalizada para a emigração dos países pobres para os países mais
industrializados. Daí o fato dos EUA, da Austrália e dos países da Europa
Ocidental continuarem a ser os mais atrativos.
OS FOCOS POPULACIONAIS
A região do Sul e Sueste
asiático são caracterizadas por um clima quente e chuvoso, abundância de rios e
solos muito férteis (identificadas com as letras A e B na figura 1). A
população destas regiões desbravou a floresta e optou pelo arroz como primeira
cultura.
A grande organização dos trabalhos agrícolas
associada à grande regularidade climática permitiu, desde o passado, uma
elevada produção deste cereal. O elevado valor calórico do arroz. base da
alimentação destes povos, permitiu desde sempre natalidades muito elevadas e um
grande crescimento da população. O Sul e Sudeste constituem na atualidade os
maiores focos populacionais do Mundo.
A Europa constitui, desde o
passado, urna região muito favorável à agricultura: clima temperado relevo
predominantemente plano e solos férteis (identificada com a letra C na figura
1). A abundância de rios e a costa muito recortada facilitam a existência de
portos naturais e de comunicação entre os povos. A abundância de alimentos
possibilitou um aumento populacional.
A exploração dos recursos do
subsolo (carvão, ferro...) incentivou o aparecimento da indústria (Revolução
Industrial).
Com o desenvolvimento industrial, desenvolveram-se
também os meios de transporte. O nível de vida melhora. A mortalidade diminui e
a população cresce. A grande oferta de empregos na indústria, no comércio e nos
serviços, atraiu população do SW da Europa e a outras regiões do mundo,
nomeadamente a partir da II Guerra Mundial. As cidades crescem.
Até ao séc. XVI o continente
americano era praticamente despovoado. Só a partir do séc. XVIII se iniciaram
grandes correntes migratórias (colonização) a partir da Europa, primeiramente
do Reino Unido, para este continente conhecido por Novo Mundo. Estes colonos
dedicavam-se, sobretudo à atividade agrícola e extração mineira. A população
localizou-se junto à costa (identificada com a letra D na figura 1) para mais
facilmente estabelecer trocas comerciais com a Europa. Trocavam produtos
agrícolas por produtos industriais.
Mesmo com a independência dos EUA, os grandes fluxos migratórios
continuaram a verificar-se aumentando o número de habitantes. A abundância de
matérias-primas, as inovações tecnológicas trazidas da Europa e o grande
mercado que este continente constituía deram origem ao grande desenvolvimento
industrial. O grande fluxo migratório e o grande desenvolvimento da indústria
originaram o grande crescimento das cidades. Este fato tornou esta região numa
das mais povoadas do mundo, constituindo, ainda hoje, um grande foco de atração
de emigrantes de todas as regiões do mundo.
A população mundial não se
encontra homogeneamente distribuída no planeta. As áreas superpovoadas opõem-se
outras onde o homem se encontra ausente. Estão nesta situação o extremo norte
da América, da Europa e da Ásia e também grande parte do Norte de África e
extremo sul da América, assim como o interior da Ásia, da Austrália, da América
do Norte e toda a Antártida.
Com estas regiões praticamente
desertas contrastam quatro grandes focos populacionais. São eles o Sul (A) e o
Sudeste asiático (B), a Europa Ocidental (C) e a faixa costeira atlântica da
América do Norte (D).
A DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL . Disponível em http://www.aesap.edu.pt/Geografia/index.htm.
Acesso em 27/02/2012
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