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quarta-feira, 7 de março de 2012

A distribuição da população mundial


DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL      
                                                                  
 A população mundial não se encontra homogeneamente distribuída no planeta. A áreas superpovoadas opõem-se outras onde o homem se encontra ausente. Estão nesta situação o extremo norte da América, da Europa e da Ásia e também grande parte do Norte de África e extremo sul da América, assim como o interior da Ásia, da Austrália, da América do Norte e toda a Antártida.
Com estas regiões praticamente desertas contrastam quatro grandes focos populacionais. São eles o Sul (A) e o Sudeste asiático (B), a Europa Ocidental (C) e a faixa costeira atlântica da América do Norte (D).

                                         Fig. 1 - Distribuição da população mundial.

Do conjunto destaca-se assim uma maior concentração populacional no hemisfério norte, onde se encontra também a maior parte das terras emersas. Contudo, outros fatores estão na origem desta distribuição populacional.
O  homem é um ser com grande capacidade de adaptação ao meio natural. Contudo, existem algumas regiões cujas características naturais lhe são francamente hostis, impedindo, assim, a sua fixação.

FATORES JUSTIFICATIVOS DAS FRACAS DENSIDADES POPULACIONAIS
Incluímos neste grupo as regiões de clima frio, as regiões desérticas, as regiões de clima quente e úmido e as regiões de montanha.
A temperatura ambiente ideal para o Homem oscila entre os 22ºC e os 25ºC. Com valores de temperaturas inferiores, o Homem sente necessidade de se abrigar e proteger.
Os climas frios são dificilmente suportados pelo Homem, não só pela longa duração do Inverno e pelo rigor das suas temperaturas, como também pelos baixos níveis de luminosidade. Por outro lado, as atividades econômicas são fortemente limitadas. A fraca luminosidade, as baixas temperaturas e a constante camada de gelo sobre o solo impedem o desenvolvimento de urna cobertura vegetal e, como tal, a prática da agricultura.
Existem pequenos grupos naturalmente adaptados a estas condições naturais (Esquimós) que vivem sobretudo da pesca e da caça. Também o grande desenvolvimento tecnológico permite criar condições arti­ficiais de forma a fixar o Homem nestas regiões. Contudo, os custos são de tal forma elevados que só pequenas comunidades de cientistas se fixam temporariamente nestas regiões.
As regiões desérticas são caracterizadas por elevadas temperaturas e pela escassez de água.
A água é um elemento fundamental nos organismos vivos e a sua inexistência impossibilita a vida a qualquer espécie animal ou vegetal. Assim estas regiões são caracterizadas pela ausência de população que não encontra nestas regiões qualquer forma de subsistência, urna vez que a agricultura é uma atividade impossível. Contudo, sempre que nessas regiões surge água, agrupam-se pequenas comunidades que praticam uma agricultura intensiva numa área muito restrita — são os oásis.
Estas regiões são caracterizadas por elevados valores de temperatura, precipitação e umidade durante todo o ano. Estas são as condições ideais para o desenvolvimento da vegetação, dando origem ao apareci­mento de florestas muito densas (das quais a mais conhecida é a floresta amazônica, situada na América do Sul). A densidade das árvores, que nesta região atinge muitos metros de altura, é de tal forma elevada que as suas copas formam um teto contínuo impedindo a penetração da luz até ao solo. Deste modo torna-se impossível ao Homem viver nestas regiões.
O calor e a umidade são também elementos favoráveis ao desenvolvimento de microrganismos causa­dores de doenças, constituindo-se, assim, um meio insalubre e desfavorável à presença humana.
Embora pouco atrativas estas regiões não são tão repulsivas como as apontadas anteriormente e, apesar dos solos serem pobres, a atividade agrícola é possível com uma tecnologia adequada e cultu­ras mais adaptadas ao clima.
As regiões de montanha são normalmente áreas pouco povoadas. Isto porque a altitude afeta o normal funcionamento do organismo humano em virtude da diminuição da pressão atmosférica, da temperatura e da proporção de oxigênio no ar. Em altitudes superiores a três mil metros o homem cansa-se facilmente, pelo que o trabalho se torna quase impossível de praticar.
Assim, a cordilheira dos Himalaia, na Ásia, as montanhas do Quilimanjaro, em África, os Alpes e os Pirineus, na Europa, as montanhas Rochosas e os Apalaches, na América do Norte, e a cordilheira dos Andes, na América do Sul, são autênticos desertos humanos.
Apesar de haver exceções, o Homem tem manifestado sempre a sua preferência pelas regiões bai­xas, mais fáceis de cultivar e irrigar e próximas da costa ou de rios navegáveis.

FACTORES JUSTIFICATIVOS DAS FORTES DENSIDADES POPULACIONAIS
                As áreas pouco povoadas ou repulsivas contrastam com as áreas atrativas, fortemente povoadas. São vários os fatores que contribuem para as elevadas densidades populacionais. Nomeadamente as condições favoráveis à agricultura, a indústria, as cidades, as vias de comunicação e as migrações.

 A AGRICULTURA
No princípio, o Homem vivia da caça e da coleta e era, por isso, nômade. Buscava na natureza a satisfação das suas necessidades básicas e andava de lugar em lugar, em busca de alimento.
Mais tarde descobre a agricultura. Após a sementeira havia que esperar o crescimento das plantas e a sua frutificação. Isso obrigou o Homem a fixar-se. Contudo, a agricultura só é produtiva em solos férteis e em regiões de clima favorável. Assim o Homem passou a fixar-se preferencialmente nas regiões cujas condições naturais se revelavam mais propícias à agricultura.

Uma vez garantida a subsistência da população verifica-se uma rápida reprodução e, conseqüentemente, um crescimento populacional. É claro que quanto mais produtiva era a agricultura maiores eram as densidades populacionais
Assim verifica-se que, de uma maneira geral, as regiões de grande potencialidade agrícola correspondem a regiões fortemente povoadas.

A INDÚSTRIA
Nas sociedades modernas é a indústria e não a agricultura que surge como grande fonte emprega­dora da população. Ao oferecer emprego a indústria atrai população que abandona a sua terra natal para se fixar junto a áreas industriais. Por esta razão, as regiões muito industrializadas, correspondem quase sempre a grandes concentrações populacionais, principalmente se concentram indústrias que necessitam de muita mão-de-obra.

AS CIDADES
O Homem é um ser social que desde cedo começou a viver em grupo. Com o desenvolvimento econômico e científico, os pequenos grupos humanos foram aos poucos dando origem a cidades. Estas, pela grande variedade de atividades que integram, constituem um grande foco de oferta de emprego. Proporcionam também o aumento da qualidade de vida, pois as populações têm à sua disposição a possibilidade de satisfazer todas as suas necessidades ao nível do trabalho, educação, saúde e diversão. Por isto a cidade constitui um grande foco de atração para a população.

VIAS DE COMUNICAÇÃO E TRANSPORTE
O Homem começou a deslocar-se a pé ou com o apoio de alguns animais. Obviamente a sua mobilidade era reduzida e a capacidade de transporte de mercadorias quase nula. Por essa razão o barco surgiu como um meio mais fácil e rápido de se deslocar e transportar produtos para outras regiões, possibilitando o comércio com outros povos. Assim, os rios navegáveis e as zonas costeiras surgiram como áreas mais atrativas. Podemos verificar que a maioria das mais importantes cidades do mundo se localiza junto à costa ou junto a rios navegáveis.
Mais tarde as linhas de caminho de ferro e as estradas possibilitaram a deslocação das populações e, conseqüentemente, o aparecimento de novos focos populacionais no interior.
Também a grande difusão do uso do automóvel permitiu o acentuado crescimento das cidades uma vez que as pessoas podem viver cada vez mais longe do local de trabalho.

AS MIGRAÇÕES
As migrações constituem um elemento fundamental para explicar as grandes concentrações populacionais da atualidade.
Os motivos que estão na base da sua existência residem quase sempre na busca de meios que garantam a sobrevivência das pessoas ou a melhoria do seu nível de vida. Estão neste contexto os grandes fluxos verificados do século XV ao século XVIII a partir da Europa e que estiveram na base do povoamento e colonização dos novos territórios da América, África e Ásia.
Atualmente verifica-se uma tendência generalizada para a emigração dos países pobres para os países mais industrializados. Daí o fato dos EUA, da Austrália e dos países da Europa Ocidental continuarem a ser os mais atrativos.

OS FOCOS POPULACIONAIS
A região do Sul e Sueste asiático são caracterizadas por um clima quente e chuvoso, abundância de rios e solos muito férteis (identificadas com as letras A e B na figura 1). A população destas regiões desbravou a floresta e optou pelo arroz como primeira cultura.
A grande organização dos trabalhos agrícolas associada à grande regularidade climática permitiu, desde o passado, uma elevada produção deste cereal. O elevado valor calórico do arroz. base da alimentação destes povos, permitiu desde sempre natalidades muito elevadas e um grande crescimento da população. O Sul e Sudeste constituem na atualidade os maiores focos populacionais do Mundo.
A Europa constitui, desde o passado, urna região muito favorável à agricultura: clima temperado relevo predominantemente plano e solos férteis (identificada com a letra C na figura 1). A abundância de rios e a costa muito recortada facilitam a existência de portos naturais e de comunicação entre os povos. A abundância de alimentos possibilitou um aumento populacional.
A exploração dos recursos do subsolo (carvão, ferro...) incentivou o aparecimento da indústria (Revolução Industrial).
Com o desenvolvimento industrial, desenvolveram-se também os meios de transporte. O nível de vida melhora. A mortalidade diminui e a população cresce. A grande oferta de empregos na indústria, no comércio e nos serviços, atraiu população do SW da Europa e a outras regiões do mundo, nomeadamente a partir da II Guerra Mundial. As cidades crescem.
Até ao séc. XVI o continente americano era praticamente despovoado. Só a partir do séc. XVIII se iniciaram grandes correntes migratórias (colonização) a partir da Europa, primeiramente do Reino Unido, para este continente conhecido por Novo Mundo. Estes colonos dedicavam-se, sobretudo à atividade agrícola e extração mineira. A população localizou-se junto à costa (identificada com a letra D na figura 1) para mais facilmente estabelecer trocas comerciais com a Europa. Trocavam produtos agrícolas por produtos industriais.  Mesmo com a independência dos EUA, os grandes fluxos migratórios continuaram a verificar-se aumentando o número de habitantes. A abundância de matérias-primas, as inovações tecnológicas trazidas da Europa e o grande mercado que este continente constituía deram origem ao grande desenvolvimento industrial. O grande fluxo migratório e o grande desenvolvimento da indústria originaram o grande crescimento das cidades. Este fato tornou esta região numa das mais povoadas do mundo, constituindo, ainda hoje, um grande foco de atração de emigrantes de todas as regiões do mundo.
                A população mundial não se encontra homogeneamente distribuída no planeta. As áreas superpovoadas opõem-se outras onde o homem se encontra ausente. Estão nesta situação o extremo norte da América, da Europa e da Ásia e também grande parte do Norte de África e extremo sul da América, assim como o interior da Ásia, da Austrália, da América do Norte e toda a Antártida.
Com estas regiões praticamente desertas contrastam quatro grandes focos populacionais. São eles o Sul (A) e o Sudeste asiático (B), a Europa Ocidental (C) e a faixa costeira atlântica da América do Norte (D).


                                                             
A DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL . Disponível em  http://www.aesap.edu.pt/Geografia/index.htm. Acesso em 27/02/2012

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